Já faz mais de um ano que convivemos oficialmente com o novo padrão de plugues e tomadas e ainda ouço muitos questionamento e reclamações de pessoas insatisfeitas. Os principais comentários são a respeito da necessidade de mudar e os transtornos que a mudança está ocasionando.
Como era
Se você tem mais de 25 anos já deve ter convivido com diversos tipos de plugues e tomadas. Existiam plugues com pinos redondos, chatos, triangulares, tanto bipolares quanto tripolares, e igual (ou maior) variedade de tomadas.
Nos últimos anos, o modelo mais utilizado foi aquele que aceitava pinos redondos e chatos, com o seu variante com terra, conhecido como 2P+T. Esse tipo de encaixe aceitava praticamente todo tipo de tomada nacional e raramente era necessário algum tipo de adaptador. Então por que mexer no que está quieto?
O novo padrão
As discussões acerca da necessidade de criar um padrão nacional haviam se iniciado a mais de 15 anos e o consenso encontrado foi de que as novas tomadas deveriam obedecer a três critérios:
- Segurança
- Custo
- Adaptabilidade
Falemos sobre eles.
Segurança
Este foi o principal critério a ser seguido e envolvia dois quesitos básicos: segurança pessoal e material. No ponto de vista da segurança pessoal, a proteção contra toque acidental em partes energizadas resultou na principal característica destas tomadas, que é o baixo relevo do encaixe.
O baixo relevo evita o toque com o pino energizado, pois só há contato elétrico quando o plugue está quase que totalmente inserido, impedindo a entrada de algum objeto digital. Além disso, o primeiro contato é feito com o pino de aterramento (note que internamente o orifício de terra, o do meio, é adiantado em relação aos demais). Desta forma, se o equipamento estiver com algum defeito interno como curto-circuito ou contato de partes vivas (energizadas) com a carcaça, a máquina já estará aterrada antes mesmo de sua energização.
Com relação à segurança material, outra característica destes plugues e tomadas é que eles são adequados à potência dos equipamentos. Existem duas espessuras de pinos/orifícios: quatro milímetros, para equipamentos de até 10 amperes, e 4,8 milímetros para 20 amperes. Desta forma, o usuário não poderá inserir um plugue de geladeira, com pinos de 4,8mm, em uma tomada de televisão, com orifícios de 4mm e que, teoricamente, não teve sua fiação dimensionada para equipamentos de potência maior. Como muitos podem pensar, essa restrição não tem o intuito de sacanear o usuário dificultando sua vida não, mas evitar a sobrecarga de tomadas que podem resultar em incêndios.
Custo
Uma das opções cogitadas pelos órgãos padronizadores foi a utilização do padrão alemão, considerado o mais seguro do mundo. Afinal, pra que reinventar a roda? Mas isso caiu no segundo critério de decisão, pois não adiantaria colocar um padrão muito seguro, se a maioria dos usuários não poderia arcar com o custo das adaptações ou de futuras instalações. Conhecendo o histórico do “jeitinho brasileiro”, é muito provável que surgissem diversos fabricantes de fundo de quintal que produziriam componentes sem compromisso com segurança, bagunçando todo o empenho em garantir a integridade do consumidor.
Adaptabilidade
Apesar de todas as reclamações das dificuldades de plugar os novos eletro-eletrônicos, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – afirma que o novo padrão é compatível com cerca de 80% dos equipamentos já existentes. Apesar de saber que 87% das estatísticas são inventadas, é fato que a maioria dos plugues já tinha aquele formato hexagonal, permitindo o encaixe nas novas tomadas. Para os demais casos, é sim necessário adquirir adaptadores, lembrando que estes devem conter aquele selinho do Inmetro que, se também não tiver sido falsificado, garante a qualidade do dispositivo através de diversos ensaios que seguem normas rígidas de segurança.
É certo que só quem gosta de mudança é a Granero, mas devemos dar o braço a torcer quando estas mudanças resultam em nosso benefício, mesmo que para atingir esse resultado seja necessário um pouco de esforço de nossa parte.
23/08/2011 at 13:36
Depois de um longo e tenebroso inverno voltastes a escrever, companheiro!!! Fico feliz com seu retorno e, como um bom buliçoso que sou, espero que não demores mais a postar suas instruções e comentários sagazes. Seja bem vindo de volta!
Abraço!
Lauro César
25/08/2011 at 09:56
E as tomadas que não vêm com o aterramento? Servem para quê? São só para aumentar o custo e fomentar o “jeitinho brasileiro” de ou cortar o terra com um alicate ou fazer um adaptador sem ele ou tem alguma outra utilidade?
E qual seria a dificuldade em forçar a produção do modelo “carinha assustada” com essa reentrância? Por que mudar para um modelo totalmente inédito que não aceita 1 em 5 plugues?
25/08/2011 at 10:35
A partir de janeiro de 2010, todas as novas instalações elétricas do país são obrigadas a ter tomadas com fio terra. No começo vai ser assim mesmo, na gambiarra e no inconveniente, mas em um futuro breve tudo estará padronizado e mais seguro.
Vide o primeiro critério.
26/08/2011 at 08:46
E quanto ao terceiro critério? Não existe condicional “desde que não entre em conflito com a primeira e segunda lei”. Por que não adaptar uma que já existia?
26/08/2011 at 09:05
Caro Igor, eu lhe proponho, então, que crie o esboço de um modelo de plugue/tomada que atenda aos critérios de segurança, baixo custo e que seja compatível com todos os outros tipos que existem no Brasil. TODOS.
31/08/2011 at 08:56
Caro Mário, meu primeiro comentário já contém a solução. Leia-o mais atentamente.
Não preciso esboçar nada, o modelo já existe.
02/09/2011 at 15:40
rapaz, vou fazer a sugestão do besouro. podia ser um cavalo marinho, pro bicho sair galopando nas costa.
02/09/2011 at 15:52
Fico satisfeito.
08/05/2013 at 06:40
Se o motivo foi a segurança, porque não adotaram apenas uma parede contornando a tomada, mas mantendo o mesmo padrão ja adotado há anos?
O sistema de pinos chatos na minha opinião, permite maior area de contato e uma maior pressão da femea de sobre o macho de forma mais simples que o pino redondo adotado atualmente.
15/09/2013 at 15:08
esse novo padrão não está com nada. podem discordar mas infelizmente em qualquer loja que você vá, NO MÍNIMO metade de qualquer aparelho que ligue na tomada, é incompatível, provando a superioridade intelectual do brasileiro. que criou um padrão próprio, incompatível com o resto do mundo.
12/03/2015 at 23:57
Fui tirar o gas hoje em minha casa 12/03/15
E a borboleta estava solta, entao o gas ficou vazando muito muio forte, e o cheiro estava insuportvel, porem tive fiquei um pouco assustada, por conta que estou gravida. 9 meses!
Entao resolvir tomar uma solucao, ou eu tirava logo a valvula, ou o gas iria todo embora, fui la puchei a valvula, e ele fez aquele barulho thuuufff, ae quando olhei, tava tudo bem antigo. Entao joguei.
17/12/2017 at 19:12
Seus textos são excelentes. Qual o contato para eu te mandar ideias de publicações?